No passado, não havia grande preocupação em garantir a saúde dos indivíduos ou da sociedade. Hoje, a saúde é considerada responsabilidade tanto pessoal como social. Houve mudança, a saúde hoje tende a se tornar um projeto de vida, garantido por políticas públicas. A Declaração Universal dos direitos humanos da ONU (10.12.1948), no seu artigo n. 25, afirma o direito à saúde de todos os indivíduos. A Constituição do Brasil (1988) afirma no seu artigo 196, o direito à saúde.
Estamos celebrando o 33º Dia Mundial do Doente neste Ano Jubilar, dia 11 de fevereiro, “dia dos doentes”. A Igreja convida a tornarmo-nos “peregrinos de esperança”. São Paulo, nos transmite uma mensagem de encorajamento: «A esperança não engana» (Rm 5, 5), aliás, ela fortalece-nos nas tribulações.
O Papa Francisco como faz todo ano, escreveu uma Carta ressaltando o valor cristão do cuidado com os doentes; “Estive doente e fostes me visitar” (Mt 25), disse Jesus. Destaco três pontos importantes da mensagem do Papa:
O encontro. Quando Jesus envia os setenta e dois discípulos em missão (cf. Lc 10, 1-9), exorta-os a dizer aos doentes: «O Reino de Deus já está próximo de vós». Pede-lhes que os ajudem a aproveitar a oportunidade de encontro com o Senhor, mesmo na doença, por muito que seja dolorosa e difícil de compreender. A doença é oportunidade para um encontro que transforma. Jesus mandou os discípulos curarem os doentes. Ele está perto dos que sofrem.
O dom, segundo ponto. Jesus é companheiro de quem sofre, na doença ele é o dom mais precioso. Ele nos convida a sermos também nós um dom para os irmãos, ofertando até mesmo nossos sofrimentos, a exemplo do que ele fez na cruz e faz na Eucaristia.
A partilha. Os lugares onde se sofre são espaços de partilha, nos quais nos ajudamos uns aos outros. Quantas vezes se aprende a esperar à cabeceira de um doente! Quantas vezes se aprende a crer ao lado de quem sofre! Quantas vezes descobrimos o amor inclinando-nos sobre quem tem necessidades! Ou seja, percebemos que todos juntos somos “anjos” de esperança, mensageiros de Deus, uns para os outros: doentes, médicos, enfermeiros, familiares, amigos, sacerdotes, religiosos e religiosas. E isto, onde quer que estejamos: nas famílias, nos ambulatórios, nas unidades de cuidados, nos hospitais e nas clínicas.
É preciso estarmos atentos às aflições que nosso povo passa em especial os mais pobres, para manter a saúde. A Igreja Católica tem a Pastoral da Saúde. Um grande trabalho de visita, acolhida, conforto e proximidade com os doentes.
Que Deus abençoe e fortaleça os agentes da Pastoral da Saúde. Abençoe também os inúmeros profissionais da saúde que se empenham a favor da vida e da diminuição do sofrimento, quando a cura não é possível.
Dom Pedro Carlos Cipollini é bispo diocesano de Santo André.
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