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Selic em alta: Um freio para a indústria e a economia
Eduardo Mazurkyewistz
24/03/2025 | 14:56
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Divulgação


A recente elevação da taxa Selic para 14,25% trouxe um impacto direto para a economia, principalmente para o setor industrial. O aumento dos juros encarece o crédito, reduzindo investimentos, desacelerando o consumo e afetando setores fundamentais como a construção civil e a indústria de transformação.


Com o custo do dinheiro mais alto, financiamentos para aquisição de máquinas, expansão de fábricas e inovação tornam-se inviáveis para muitas empresas. Pequenas e médias indústrias, que já enfrentam dificuldades para acessar linhas de crédito, agora se deparam com taxas que comprometem sua capacidade de investimento e modernização. Sem crédito acessível, projetos de crescimento são adiados, travando a geração de empregos e a competitividade do setor.

O impacto se estende ao consumo. Com financiamentos mais caros, a compra de bens duráveis, como eletrodomésticos e veículos, desacelera. Esse efeito atinge diretamente a indústria de transformação, que depende da demanda para manter sua produção. A redução nas vendas leva à diminuição da produção, o que pode resultar em cortes de empregos e menor circulação de dinheiro na economia.
 
A construção civil, um dos motores da economia, também sente os efeitos da Selic elevada. Com financiamentos imobiliários mais caros, a compra de imóveis cai, impactando construtoras, fornecedores de materiais e toda a cadeia produtiva associada.
 
O setor, que tem forte ligação com a indústria de transformação – fornecendo demanda para cimento, aço, vidros e acabamentos – também se retrai, agravando ainda mais a situação industrial.
 
A combinação desses fatores gera um efeito cascata preocupante. Com menos consumo, menos produção e menos investimentos, a economia perde fôlego. A indústria de transformação, que já enfrenta desafios estruturais, vê sua competitividade ser comprometida em um cenário onde o crédito escasso impede avanços tecnológicos e amplia a dependência do setor por políticas de incentivo.
 

Para evitar um ciclo de estagnação, é fundamental equilibrar a política monetária com medidas que estimulem a produtividade e a inovação. A Selic alta pode controlar a inflação, mas seu impacto sobre a indústria e o crescimento econômico precisa ser considerado. Esse é um desafio especialmente grande para o atual governo, que sempre criticou a alta de juros e responsabilizou o antigo presidente do Banco Central por essa política restritiva. No entanto, mesmo após a troca do comando da instituição e com um nome indicado pelo próprio governo, o país continua sofrendo com os mesmos efeitos. Isso reforça que o problema não se resume a uma figura, mas sim a um modelo econômico que precisa ser repensado para que o Brasil volte a crescer de forma sustentável.




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