Ambientes interativos são mergulho à história - além da Disney - e também à imaginação
Até 8 de junho, será possível literalmente cair na toca do Coelho Branco e explorar em Santo André o mundo de Alice no País das Maravilhas – história que completa 160 anos em julho e promete reflexões sobre a coragem, curiosidade e o inconsciente (a parte mais profunda dos pensamentos, memórias e sentimentos humanos).
Para entrar na exposição Trilogia de Aventuras: Alice no Shopping ABC, a criançada começa a aventura por um túnel, como o da entrada do mundo subterrâneo e embarca em uma série de descobertas sobre a origem e o encanto por trás da garotinha que já ganhou mais de 40 adaptações ao cinema, junto ao Chapeleiro Maluco, ao sorridente Gato de Cheshire, à cruel Rainha de Copas e ao sempre atrasado Coelho Branco.
A mostra que viaja pelo País das Maravilhas foi montada no Paraná e passou antes pelo Farol Santander, em São Paulo, graças ao professor de Cinema Rodrigo Gontijo. Tudo nasceu pela admiração em como a história era representada de formas tão diferentes e complexas para além da adaptação clássica da Disney (1951) – aquela em que Alice é loira, está sempre de vestido azul e com seu arquinho de laço preto. “Prova é que a menininha que inspirou o livro, a Alice Liddell, em 1862, tinha na realidade cabelo curto e castanho. Este é um enredo bem rico por si só e que buscamos representar em Santo André, tanto na origem inglesa mesmo, como sob olhares mais diversos. Por isso, trouxemos até as ilustrações de artistas mundiais que se conectaram com a obra, como Salvador Dalí (Espanha), Yayoi Kusama(Japão) e do próprio John Lennon (cantor britânico da banda Beatles – de bastante sucesso na época dos avós de quem agora lê o Diarinho –, com Lucy in the Sky)”, detalha.
De acordo com o pesquisador, a história continuará sendo atemporal por se relacionar diretamente com a psicologia. “O autor, o inglês Charles Lutwidge Dodgson (conhecido como Lewis Carroll), era professor de raciocínio lógico na época e usou no livro tanto problemas matemáticos como a representação da vida real ao inventar a história. Outro fato interessante é que ela foi contada pela primeira vez por improviso em um navio para a filha de um colega, sendo publicada mesmo três anos depois (1865)”, explica.
Na lista das curiosidades trazidas por Gontijo, o Coelho Branco, sobrecarregado por compromissos, busca simbolizar a rotina dos adultos na narrativa; a Rainha de Copas, que ordenava sempre que contrariada “cortem-lhe as cabeças”, critica como a Inglaterra era governada de forma impiedosa na época; e o Chapeleiro Maluco aponta, no comportamento humano, o limite estreito entre a loucura e a criatividade para achar soluções.
Inspiração
Se Alice precisou enfrentar o medo para retornar para casa depois de cair no País das Maravilhas – percebendo no fim da história que tudo não passava de um sonho –, Maria Eduarda, 11 anos e de Santo André, vê que isso só foi possível pela amizade. “Acho que as crianças vão adorar a exposição, porque também mostra que, para enfrentar a rainha má, a Alice nunca esteve sozinha. Ela precisou de conselhos, de coragem para alcançar o que conseguiu”, diz a garota, que tem o Gato de Cheshire como seu personagem favorito.
O bicho em pelúcia é o seu desejo de brinquedo para o aniversário, depois de ter lido a história original recentemente e assistido ao liveaction da trama. “Ele é engraçado e irônico. Se eu fosse a Alice tentando escapar, seria para ele que faria mais perguntas”, adiciona.
Já para Raphael Ferrari, 5 anos e também de Santo André, o contato com a exposição foi o seu primeiro com a história. “É bem bonito. Não imaginava que a Alice poderia ter quase 160 anos! Quero voltar aqui para desenhar (em um dos painéis interativos)”, conta.
Ainda entre os detalhes da exposição, estão frases reflexivas (a exemplo do famoso enigma da semelhança entre o corvo e a escrivaninha) e ilusões de ótica por objetos curiosos como o taumatrópio, roda de flipbook e binóculo de estereoscopia 3D.
Reservas
Os ingressos podem ser comprados por R$ 25 no local ou pelo link https://meaple.com.br/aventuras-alice/trilogia-das-aventuras-alice. Há gratuidade até 5 anos e meia-entrada para estudantes, idosos e PCDs (pessoas com deficiência).
O funcionamento é de terça a sexta-feira e aos domingos, das 12h às 20h. Aos sábados, o horário é das 10h às 20h (com a última entrada sendo permitida às 19h, já que o tempo para curtir tudo dura cerca de uma hora).
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