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Austeros e responsáveis
Da Redação
19/04/2025 | 08:40
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A situação fiscal dos municípios do Grande ABC não é boa. Notas do Tesouro Nacional evidenciam o desafio enfrentado por boa parte dos municípios. Apenas Mauá e Rio Grande da Serra, com classificação B+, estão aptas a contratar empréstimos com aval da União, enquanto as demais figuram com critério C, o que limita severamente o acesso a financiamentos. Tal cenário impacta diretamente a capacidade de investimento em áreas como habitação, infraestrutura, saúde e educação. Ainda que a busca por crédito não seja a única solução, trata-se de uma ferramenta estratégica para fomentar obras e serviços públicos. A baixa avaliação reflete desequilíbrio orçamentário persistente, que precisa ser enfrentado com políticas consistentes.

Nesse contexto, é indispensável defender austeridade dos governos, com foco na sustentabilidade do erário. Contudo, isso não deve ocorrer à custa do bem-estar da população, especialmente em áreas sociais sensíveis. Cortes genéricos e indiscriminados penalizam justamente os que mais dependem dos serviços públicos. A eficiência da gestão deve partir de reavaliações de contratos, melhoria na arrecadação e revisão de estruturas administrativas. Medidas de contenção são necessárias, mas precisam ser tomadas com discernimento e planejamento, respeitando os limites humanitários de cada cidade. A responsabilidade fiscal deve ser vista como instrumento de desenvolvimento, não como um fim em si mesmo.

Entre os bons exemplos na região, destaca-se o governo de Marcelo Oliveira (PT), em Mauá, que conseguiu reverter histórico fiscal frágil e alcançar o nível B. Essa conquista, fruto de decisões acertadas e controle rigoroso de despesas, amplia as possibilidades de investimentos estruturantes. Outras prefeituras, como a de Rio Grande da Serra, também demonstram esforço ao adotar medidas para melhorar de posição. Ainda assim, é preciso reconhecer que o cenário exige tempo e perseverança. A maioria das cidades do Grande ABC carrega passivos relevantes, o que torna a melhoria das notas um processo gradual. O caminho da responsabilidade orçamentária é o mais indicado, desde que aliado à sensibilidade social com a população.




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