Alex Manente e Fernando Marangoni apoiam proposta que concede perdão a condenados pelo ataque de 8 de janeiro de 2023 em Brasília
Polêmico e divisor de opiniões, o projeto de lei que concede anistia a condenados pela tentativa de golpe de estado no Brasil, que culminou com o ataque na Praça dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, recebeu assinaturas de dois dos três deputados federais do Grande ABC: Alex Manente (Cidadania) e Fernando Marangoni (União Brasil). Da bancada regional, como esperado, apenas Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), não aderiu à proposta.
O PL da Anistia, com é chamada a proposta que teve origem no ex-deputado federal Major Vitor Hugo (PL-GO) – atualmente vereador de Goiânia –, vem causando queda de braço entre a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a oposição, liderada pelo PL, partido do antecessor Jair Bolsonaro. No epicentro desse ‘cabo de guerra’, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), já avisou aos líderes de partidos que o tema não entrará em discussão no plenário nesta semana.
Em meio à pressão de ambos os lados, Alex Manente e Marangoni optaram por assinar o documento, sob forte observação do Palácio do Planalto, principalmente sobre o União Brasil, que tem o comando de três ministérios do governo Lula: Comunicações, Integração e Desenvolvimento Regional, e Turismo. A matéria gera até um vai e vem, como ocorreu com parte da bancada do Podemos, que teve quatro parlamentares que retiram as rubricas do pedido de urgência para apreciação, entre eles, Renata Abreu, presidente nacional da sigla.
Mesmo com as assinaturas, tanto Alex Manente quanto Marangoni evitam comentar a respeito do tema, pelo seu potencial polêmico. Ambos foram procurados pelo Diário, porém, não quiseram se manifestar. No caso do deputado do União Brasil, houve a publicação de um vídeo nas suas redes sociais, no dia 15 de abril, para se defender. “Sim, assinei o regime de urgência do PL da Anistia, porque entendo que esse é um tema urgente para o País. Precisamos virar essa página e seguir em frente”, alegou.
A oposição ao Palácio do Planalto garante ter superado as 257 assinaturas para colocar a redação em apreciação no plenário da Câmara Federal, mas sofreu uma dura derrota, após uma reunião extensa do colégio de líderes na última quinta-feira (24), em que se chegou à conclusão entre parte dos presentes de não haver, ainda, clima para sua votação.
“Líderes que representam mais de 400 parlamentares na Casa decidiram que o tema não deveria entrar na pauta da próxima semana. Isso não está dizendo que nós não seguiremos dialogando para a busca de uma solução para o tema”, disse Motta.
No Grande ABC, Vicentinho afirmou que o PL da Anistia é sem cabimento. “Podemos discutir a dosimetria das penas, mas anistia, de maneira nenhuma. Jamais votaria a favor disso, porque as pessoas destruíram o patrimônio, organizaram a morte do presidente Lula e do ministro (do Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, com posturas violentas e criminosas contra o estado democrático de direito”, pontuou.
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