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Baixa adesão: região vacina apenas 32% dos jovens contra a dengue

Quase um ano após início da campanha, 51 mil adolescentes receberam o imunizante; Grande ABC contabiliza 3 mortes e mais de 5.000 casos

Thainá Lana
27/04/2025 | 13:57
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Denis Maciel/DGABC


Quase um ano após o início da imunização contra a dengue na região, apenas 32,9% (51.772) jovens foram protegidos com a primeira dose da vacina. A cobertura é ainda menor em relação à segunda dose, somente 11,1% (17.557) voltaram para completar o esquema vacinal. A meta é imunizar 90% do grupo.

No total, as prefeituras ministraram 69.392 doses, entre primeiras e segundas aplicações, no público-alvo, composto por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. O Grande ABC tem, em média, 156 mil pessoas nessa faixa-etária.

Apesar da baixa adesão, a região já contabiliza no ano três óbitos por dengue e já ultrapassou os 5.000 casos – até sexta-feira (25) foram registrados 5.461 ocorrências confirmadas da doença. O número é 75% maior que os registros do início do mês, do dia 3 de abril.

Para o infectologista da Kora Saúde, Rafael Nogueira, o não cumprimento das metas de vacinação virou rotina não somente no Brasil, como em outros países do mundo. O médico associa esse movimento aos grupos antivacina e às notícias falsas divulgadas nos últimos anos sobre os imunizantes.

“A humanidade só chegou até aqui com baixas taxas de mortalidade infantil e com alta na expectativa de vida devido a muitos fatores, como saneamento básico, mas também por causa das vacinas. O imunizante distribuído no SUS (Sistema Único de Saúde) é o mesmo presente na rede privada de diversos países. O fármaco é moderno e tem sido estudado e comprovado sua efetividade”, reforçou o infectologista.

As crianças e os adolescentes são o público-alvo da imunização porque é o grupo que registra complicações e mortalidade expressiva devido à dengue. “Proteger essa parcela da população é fundamental para evitar o agravamento da doença, principalmente em um contexto de casos aumentando com tanta velocidade como temos presenciado”, explicou Nogueira.

As prefeituras afirmaram que realizam constantemente medidas para aumentar a adesão da população, com mutirões aos fins de semana e ações de conscientização. Em Mauá, por exemplo, as 23 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) estarão abertas no sábado (10) para vacinar os jovens contra a dengue.

A campanha de vacinação contra a dengue em São Paulo começou em junho de 2024, três meses depois do início da vacinação em alguns estados. Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde recomendou a ampliação do público-alvo para cidades com doses próximas ao vencimento com objetivo de garantir que todos os imunizantes adquiridos cheguem à população.

Na região, nenhum dos lotes recebidos pelas prefeituras estavam próximos do prazo de validade de 90 dias e por esse motivo a cobertura não foi entendida.




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